Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Assim é a dieta flexitariana, plano alimentar que tem ganhado adeptos no mundo todo. A proposta busca um equilíbrio ao sugerir uma rotina nutricional que leva em conta a saúde, a questão ambiental e o bem-estar animal, mas deixa de lado a inflexibilidade de dietas baseadas no que normalmente não se pode comer, como o veganismo ou vegetarianismo, a dieta paleolítica ou sem glúten.
Como o vegetarianismo, este programa incentiva, sim, o maior consumo de vegetais e grãos, mas prega apenas a redução da ingestão de proteína animal, não a restringe. A flexibilidade agrada e facilita a adoção de novos hábitos. Uma pesquisa da rede de supermercados britânica Sainsbury’s previu que, em 2025, metade da população do Reino Unido será flexitariana.
Já é claro para a maioria das pessoas que uma dieta demasiadamente rica em proteína animal, principalmente a carne vermelha, não faz bem ao organismo e muito menos ao meio ambiente. No entanto, abrir mão totalmente desse item na alimentação não é exatamente saudável. De acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), é indicado que se consuma três porções dessa proteína por semana.
Mas o Brasil é o terceiro país que mais come carne no mundo, segundo pesquisa feita pela plataforma Cupom Válido em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E essa produção em larga escala compromete a água e outros recursos do planeta, além de ser responsável por grande parte da emissão de gases do efeito estufa. Então, nada melhor do que rever esses conceitos. E é aí que entra a dieta flexitariana.
Desenvolvido na década de 1990 pela nutricionista norte-americana Dawn Jackson Blatner, que lançou o livro “A Dieta Flexitariana”, em 2008, o conceito propõe uma mudança gradual na alimentação e no estilo de vida. Funciona combinando prioritariamente um consumo vegetariano, mas com a inclusão eventual de carne bovina, peixe ou frango.
Sem tanta rigidez e restrições, como tantos regimes tradicionais, defensores apontam que seja mais fácil a adesão até mesmo em âmbito familiar. A dica é começar diminuindo gradualmente as porções de proteína animal. E evitar o abuso de alimentos ultraprocessados, feitos com carboidratos refinados e ricos em açúcar, itens condenados pela dieta.
Essa mudança, aliada ao aumento da ingestão de vegetais, pode trazer muitos ganhos à saúde. A combinação pode levar à diminuição do índice de massa corporal, da pressão arterial, dos níveis de glicose no sangue e dos níveis de colesterol. Uma equipe de médicos que defende dietas de estilo flexitariano publicou esses apontamentos em artigo no “The Permanent Journal”. A mudança promete fazer bem também ao bolso, haja vista o preço da carne, que anda pelas alturas neste 2022.
A decisão de se tornar flexitariano deve ser acompanhada por um profissional. Isso porque não é aconselhável simplesmente reduzir ao mínimo a proteína animal. Ela deve ser compensada por opções de proteínas vegetais que são encontradas, por exemplo, na soja, no feijão e na lentilha. É preciso ficar atento, ainda, a possíveis deficiências nutricionais relativas à vitamina b12, zinco, ferro, cálcio e ácidos gordurosos de ômega-3. Um especialista poderá fazer uma orientação correta, personalizada, dessas substituições.
Dieta Flexitariana
#ficaadica
- Coma prioritariamente frutas, legumes e grãos integrais.
- Reduza gradualmente a ingestão de carne até a média de três porções por semana (recomendação da OMS).
- Dê preferência a proteínas de plantas (feijão, tofu, grão de bico, lentilha, dentre outros).
- Coma alimentos menos processados possível e mais naturais.
- Aposte nos ovos e laticínios.
- Insira na dieta nozes, sementes e gorduras saudáveis.
- Limite o açúcar adicionado e os doces.
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