A alimentação com restrição temporal, na qual a ingestão calórica é consistentemente restrita a um período de menos de 12 horas sem tentativa direta de redução do consumo calórico, “produziu dados impressionantes na prevenção ou reversão de doenças metabólicas associadas à obesidade” em animais — sendo necessários estudos mais rigorosos em humanos, concluíram os autores de uma nova revisão.
É o que mostra artigo publicado em setembro no Endocrine Reviews pelo médico Emily N. Manoogian. Ele sugere que os profissionais da área de saúde devam encorajar seus pacientes, principalmente aqueles de risco a obesidade, a monitorar a qualidade da sua alimentação e o horário do sono, além de estimular as mudanças de hábitos como a diminuição do consumo de lanches no final da noite e sempre dormir no mesmo horário todos os dias.
Autor sênior do estudo, Satchidananda Panda, PhD, do Panda Lab no Salk Institute for Biological Studies, La Jolla, California relata: “A prática do jejum intermitente tem demonstrado um grande benefício na prevenção e melhora de doenças metabólicas causadas pela obesidade. O jejum é uma prática fácil de seguir e que exige muito menos matemática do que a contagem de calorias, além disso tem a capacidade de melhorar o sono e diminuir o risco de desenvolver diabetes, obesidade e doenças cardíacas”.
“Pessoas que estão tentando perder peso e viver uma vida mais saudável, devem prestar mais atenção em que momento comem e o que comem” aconselha Dr Panda.
O método “pode melhorar o sono e a qualidade de vida das pessoas, bem como reduzir o risco de obesidade, diabetes e doenças cardíacas”, observou o pesquisador em um comunicado à imprensa da Endocrine Society.
O jejum intermitente, além de ser uma técnica sem contraindicações, é capaz de ser realizada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, afirmam especialistas.
Estudos em animais e alguns estudos pilotos em humanos evidenciaram que a prática do jejum intermitente sem déficit calórico durante a janela alimentar foi suficiente para reduzir o peso corporal, diminuir a hipertensão, a dislipdemia e a intolerância a glicose. Apesar desses estudos não estimularem o déficit calórico, os pacientes que participaram tiveram uma redução de 7% a 22% do seu consumo calórico diário.
Foram revisados 39 estudos que abrangeram a prática do jejum intermitente, sendo a maioria realizados por curto período de tempo, com uma janela alimentar de 8-10 horas. Em 24 dos 39 estudos houve uma significativa perda de peso entre os participantes e em todos, a prática foi considerada aceitável e segura.
Enquanto outros estudos estão sendo realizados com amostragem populacional maior e por tempo mais prolongado, o autor sugere algumas dicas como por exemplo:
- Ser consistente;
- Parar de se alimentar três horas antes de ir dormir;
- Escolher uma janela alimentar que seja pelo menos uma hora após se levantar e três horas antes de dormir, para que os picos diários de melatonina (durante a parte da manhã e da noite) não interfiram na absorção do alimento;
- Sempre tentar se alimentar durante o mesmo horário todos os dias;
- Comer sempre o mais cedo possível, assim quando abrir a janela.
Leia o artigo científico original em inglês aqui.
Referências bibliográficas: Busko M.Time-Restricted Eating: An Easy Way to Improve Metabolic Health? – Medscape – Sep 27, 2021.
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