Nos últimos anos, a creatina surgiu como um dos suplementos mais procurados entre aqueles que buscam melhorar seu desempenho físico. Em 2023, o interesse pela substância disparou, com um crescimento de mais de 30% nas buscas no Brasil, superando até o tradicional whey protein, que dominava essa categoria desde 2019.
Produzida naturalmente pelo corpo a partir de três aminoácidos — glicina, metionina e arginina —, a creatina é sintetizada principalmente no fígado, rins e pâncreas. Além da produção interna, também é possível obtê-la através da alimentação, especialmente em carnes e peixes. Embora uma parte da creatina seja excretada pela urina, cerca de 60% a 80% é armazenada no organismo.
Ao usar a creatina na forma suplementar, esses estoques são preenchidos, o que ajuda na melhora do desempenho e força na realização de exercícios físicos. Além disso, esta substância é conhecida por auxiliar na recuperação muscular. Ela ajuda a reduzir a inflamação e os danos celulares resultantes de treinos intensos, equilibrando o pH muscular e favorecendo o crescimento da massa magra. A suplementação também está associada à prevenção de doenças crônicas, contribuindo para a saúde cardiovascular ao reduzir os níveis de homocisteína.
Apesar de seus benefícios, a creatina pode causar efeitos colaterais, como náuseas, diarreia e cãibras. O uso excessivo pode levar a uma sobrecarga nos rins e no fígado, reforçando a importância da supervisão médica durante a suplementação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda uma ingestão média de 3 gramas por dia, podendo essa dosagem ser ajustada
O suplemento pode ser consumido a qualquer hora do dia, sendo mais importante a regularidade na ingestão do horário específico. Em relação ao inchaço, isso pode ocorrer em usuários que não se exercitam. São muitos os benefícios da substância, entretanto, seu uso deve sempre ser orientado pelos profissionais da saúde. Se você quer tê-la como aliada, é importante ter uma avaliação médica para evitar doses mais altas do que o necessário. Quando isso acontece, há risco de sobrecarga dos rins.
Outro cuidado a ser tomado é na escolha do produto. A Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) reprovou, neste mês, 18 marcas de creatina comercializadas no mercado, de acordo com informações da Agência Brasil. O estudo comparou as informações constantes no rótulo com o respectivo conteúdo das suas embalagens. No total, foram 88 produtos verificados.
O dado mais interessante do laudo foi a constatação de que dez marcas, fabricadas por quatro empresas, não continham nenhuma grama de creatina no produto. Você pode conferir as marcas reprovadas no site da Abenutri. Os fabricantes entraram com medidas judiciais contra a divulgação dos resultados.
