Começo do ano. Passado um pequeno período de férias, voltamos à nossa correria de sempre. Afinal, temos que dar conta dos compromissos correntes e iniciar as novas tratativas que estão por vir. Nesse vai e vem, muitas vezes nem nos damos conta de que, na verdade, os últimos 12 meses foram assim: correndo contra o tempo, matando um leão por dia, sem nos concentrarmos no que realmente nos faz felizes.
Mas saiba que há quem passe seus dias, semanas, meses e anos focado em descobrir o que é, afinal, essa tal felicidade que tanto almejamos e os caminhos para se chegar a ela. Inclusive, pesquisadores da universidade mais prestigiada do mundo, Harvard. E parece que, após décadas de pesquisas, cientistas da instituição norte-americana encontraram rotas e direções para chegar a ela.
Em publicação do jornal argentino “La Nación”, a jornalista Vera Victoria Ziccardi destrinchou o estudo, conhecido como Harvard Grant Study ou Harvard Study of Adult Development (Estudo do Desenvolvimento Adulto). A investigação científica acompanhou de perto, nos últimos 75 anos, cerca de 700 graduados homens da universidade.
Foram medidos uma ampla gama de traços psicológicos, antropológicos e físicos, desde tipo de personalidade até QI, hábitos de bebida e relações familiares, em um esforço para determinar quais fatores contribuem para a felicidade de uma forma mais prolongada e, não apenas, “em horinhas de descuido”, como determinou um dos mais célebres escritores brasileiros, Guimarães Rosa (1908-1967).
Para o psiquiatra de Harvard que liderou o estudo entre 1972 e 2004, George Vaillant, a chave do segredo para uma vida mais feliz são os relacionamentos humanos. “Felicidade é poder se conectar”, disse Vaillant, que lançou o livro “O Segredo da Felicidade”, com conclusões da pesquisa. Segundo ele, a descoberta mais importante do estudo é que a única coisa que importa na vida são as conexões entre as pessoas.
Após acompanhar de perto os participantes da pesquisa ao longo de tanto tempo, os pesquisadores concluíram que as relações com os amigos, e especialmente com os cônjuges, eram muito importantes não só para o bem-estar emocional como também para a saúde. Foi observado que as pessoas em relacionamentos mais estáveis foram protegidas contra doenças crônicas, doenças mentais e problemas de memória, mesmo que esses relacionamentos passassem por altos e baixos.
Outro achado importante da pesquisa foi o malefício do abuso do álcool, que piora quando associado ao tabagismo. O abuso dessa substância estava fortemente relacionado com casos de neurose e depressão e normalmente precede esses problemas. Além disso, a bebida estremece os relacionamentos e foi a principal causa de divórcio entre os participantes.
Hábitos para a felicidade
De acordo com a reportagem do “La Nación”, para além dos relacionamentos, existem certos hábitos que podem ser incorporados ou levados em consideração na vida diária para atingir esse estado de realização e alegria. Eles são apontados pela médica e professora de psiquiatria da Harvard Medical School Stephanie Collie. Abaixo, as dicas da especialista com comentários feitos à publicação argentina. Ela ressalta que cada um deve encontrar, dentre as opções, as que funcionam melhor para si. Confira:
– Realize uma rotina de treinamento aeróbico. “A atividade física é como a liberação de um banho de espuma de neurotransmissores, e seus efeitos persistem muito depois do término do exercício”, diz Collie.
– Conecte-se com o espiritual. “Quando nos juntamos a algo maior que nós mesmos, desenvolvemos sentimentos de gratidão, compaixão e paz. A meditação é uma maneira poderosa de modificar os caminhos do cérebro para aumentar a alegria”, explica.
– Descubra coisas novas. “Como humanos, somos programados para sentir alegria quando experimentamos coisas novas. Desenvolver uma nova pesquisa pode nos ajudar a reorientar nossa energia”, acrescenta a especialista.
– Dedique-se aos outros. “Atividades como o voluntariado ou ajudar/colaborar com os outros produzem maior felicidade do que aquelas que nos fazem focar em nós próprios”, esclarece.
– Limite a negatividade. “Seja por colegas de trabalho fofoqueiros, um relacionamento tóxico com um membro da família ou um amigo que reclama, passar o tempo com uma mentalidade negativa nos influencia diretamente. Nesses casos, não há problema em impor limites”, diz o psiquiatra.
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