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Alimentos ultraprocessados: os vilões da vida moderna

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Alimentos ultraprocessados

Comida de vó. Arroz, feijão, um franguinho com quiabo, uma travessa de alface, tomate, pepino. Pode até dar um trabalhinho a mais no dia a dia, mas é essa união simples – carboidratos, legumes, verduras e uma proteína – a mais perfeita para o nosso corpo se manter forte e saudável. Porém, a correria cotidiana tem levado as pessoas a fazerem a opção pela praticidade. E é aí que entra um dos maiores vilões da vida moderna: os alimentos ultraprocessados. 

Normalmente agradáveis ao paladar, costuma ser difícil resistir a esse tipo de comida. Biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes e macarrão “instantâneo”. Salsicha, nuggets, barrinhas de cereais. É um imenso e diverso universo o dos ultraprocessados. Mas o excesso de sódio, gorduras e açúcares desses alimentos levam também a alguns dos maiores males do nosso tempo. Estudos relacionam diretamente esse consumo ao ganho de peso, ao aumento da pressão arterial, ao diabetes e ao câncer. 

Outras questões graves de saúde também podem ocorrer advindas dessa dieta nada natural, como afirma o médico Jean Eldin.  “Os componentes usados no processamento podem inflamar o corpo, intoxicar. O fígado vai trabalhar muito mais para eliminar toxinas como corantes e conservantes. Aumenta também a possibilidade de uma inflamação da mucosa do intestino , o que pode gerar uma impermeabilidade intestinal”, comenta o médico. “Com isso, o que passa pelo intestino vai para a corrente sanguínea com mais facilidade. Não só os nutrientes, mas vírus, bactérias, toxinas.”

De acordo com Eldin, o sistema imunológico também pode ficar sobrecarregado. “Esse sistema sofrerá uma alteração, pois terá muito mais coisas para combater. Ficará totalmente ativado e pode começar a combater seu próprio corpo, o que resulta nas doenças autoimunes como o hipotireoidismo e o hipertireoidismo”, explica. “Podem surgir inflamações nas articulações, pode-se desenvolver a artrose, a artrite, o diabetes… O fígado também ficará sobrecarregado, vai precisar trabalhar muito mais para metabolizar tudo aquilo que foi ingerido com conservantes, antibióticos, até mesmo restos de metais tóxicos, componentes que esses alimentos podem conter.”

Eldin condena até mesmo as comidas prontas apontadas como mais naturais que vêm congeladas. “Uma feijoada, um estrogonofe que você compre para ir ao microondas… Pode parecer mais natural e saudável, mas é ultraprocessado. Porque para manter esse alimento limpo, para não permitir o crescimento de bactérias, fungos, entram os produtos químicos. Em vez de seu corpo consumir os nutrientes, está consumindo os conservantes, corantes artificiais, essa química toda”, diz. 

O médico orienta que se dê preferência a alimentos naturais. O Guia Alimentar para a População Brasileira, documento do Ministério da Saúde, dá as mesmas orientações e recomenda o consumo dos alimentos in natura ou minimamente processados. Confira exemplos a diferença entre os tipos de alimentos elaborada pelo guia: 

Alimentos in natura  – São obtidos diretamente de plantas ou animais e não sofrem qualquer alteração após deixar a natureza. Exemplos – legumes, verduras, tubérculos, castanhas, nozes, carne bovina, suína, aves e pescados frescos.

Alimentos minimamente processados –  Alimentos in natura que foram submetidos a algum tipo de processo como moagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento e que não envolvam agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias. Exemplos: farinhas de mandioca, milho ou trigo, macarrão ou massas frescas ou secas feitas com essas farinhas e água,  leite pasteurizado, ovos, chá, café, 

Alimentos processados – São fabricados, essencialmente, com adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processados. Eles são derivados diretamente de alimentos e são reconhecidos como versões dos alimentos originais. Exemplos – queijos, pães, sardinhas enlatadas, frutas em calda e frutas cristalizadas.

Alimentos ultraprocessados – São feitos inteiramente ou principalmente de substâncias extraídas de alimentos, como óleos, gorduras, açúcar, amido e proteínas; substâncias obtidas por reações químicas a partir de componentes de alimentos, como amido modificado e gorduras hidrogenadas; e substâncias sintetizadas como aromatizantes, corantes e realçadores de sabor. Exemplos – Refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos, sorvetes e pães de forma.

Ao optarmos pelos alimentos naturais, é preciso ficar atento a uma outra questão: os agrotóxicos presentes na maior parte dos legumes e verduras disponíveis no mercado. Segundo o médico Jean Eldin, o ideal é dar preferência para as comidas orgânicas. Mas se não for possível, por questão de preço ou acesso, o especialista avalia que ainda assim é preferível apostar nos vegetais. “É difícil fugir dos agrotóxicos, mas considero que, dos males, ele é o menor. O corpo consegue se limpar dos agrotóxicos com uma certa facilidade”, conclui. 

Obesidade

O risco de obesidade é 45% maior entre adolescentes que comem alimentos ultraprocessados regularmente, indica um estudo da Universidade de São Paulo (USP),  publicado no “Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics”. Foram analisados dados de 3.587 adolescentes, entre 12 e 19 anos, que participaram do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um estudo realizado nos Estados Unidos, entre os anos de 2011 e 2016. A informação foi divulgada no site Pebmed. 

Outra descoberta da pesquisa, segundo o Pebmed, foi a realidade dos adolescentes brasileiros, que são expostos a alimentos ultraprocessados desde muito cedo, embora em menor proporção do que os americanos. De acordo com a mesma pesquisa, 27% da dieta dos jovens brasileiros é composta por esse tipo de alimento, porcentagem maior do que a dos colombianos (19%) e menor do que as taxas britânicas (68%) e americanas (66%).

Legislação

Em outubro deste ano entra em vigor o novo padrão de rotulagem de alimentos e bebidas industrializadas aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2020.

As embalagens deverão apresentar um selo frontal com símbolo de lupa para informar sobre altos teores de açúcar, gordura e sódio. A mudança se aplica a todos os alimentos embalados, visando uma melhor compreensão sobre o conteúdo de ingredientes prejudiciais para a saúde por parte dos consumidores.

As tabelas nutricionais também deverão identificar os valores de açúcares totais e adicionais no produto. Atualmente, a informação da quantidade está incluída no valor total de carboidratos. Além disso, a tabela passa a ter apenas letras pretas com fundo branco e não poderá ser apresentada em áreas de difícil visualização.

Impacto ambiental

Além dos malefícios para a saúde, consumir alimentos ultraprocessados faz mal também para o meio ambiente. De acordo com informações da Agência Brasil,  um estudo feito pela Universidade de São Paulo em parceria com a Universidade Deakin, na Austrália, aponta que esse tipo de alimento consome uma quantidade enorme de água.

Para se ter uma ideia, para produzir um pequeno chocolate de apenas 100 gramas é necessário gastar 1,7 mil litros de água? É o que é chamado de pegada hídrica, ou seja, é o total de água que se gasta na produção de um produto. E esses alimentos industrializados e ultraprocessados consomem ainda mais água na produção. 

A pesquisa apontou que a diferença entre uma pessoa que prioriza alimentos in natura em três refeições para a que consome uma grande quantidade de ultraprocessados também nas três refeições, chega a ter um gasto de 669 litros de água por dia.

A pesquisadora da USP, que participou do estudo, Josefa Garzillo, detalha a pesquisa: “Nós comparamos a dieta ao menor consumo de ultraprocessados, com aquela dieta com o maior consumo de ultraprocessados. E essa diferença dá em torno de 600 litros de água a mais de uma dieta para outra.”

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