Pesquisa da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, mapeou mudanças nos hábitos alimentares da população, e os resultados são preocupantes.
O estudo, que acompanhou 600 pessoas na região da universidade, associa o estresse a uma ocorrência mais alta de comportamentos extremamente prejudiciais à saúde de controle de peso.
Insegurança alimentar, sintomas depressivos mais elevados e dificuldades financeiras foram os principais fatores relacionados a maiores chances de compulsão por alimentos.
Segundo a universidade, as doenças relacionadas à alimentação atingem 9% da população mundial e podem gerar repercussão negativa para a saúde psiquiátrica. Cerca de 26% das pessoas com transtornos alimentares tentam o suicídio.
Importante ressaltar que, antes da pandemia, já eram grandes os fatores de risco para distúrbios alimentares em nível populacional, como pressões socioculturais para atingir um corpo ideal.
Os pesquisadores identificaram seis temas relativos à alimentação desordenada durante a pandemia:
- comer e petiscar sem pensar;
- aumento do consumo de alimentos;
- diminuição generalizada do apetite ou ingestão alimentar;
- comer para enfrentar situações adversas;
- reduções relacionadas à pandemia na ingestão alimentar;
- ressurgimento ou aumento acentuado dos sintomas de transtorno alimentar.
Veja alguns dados levantados pelo estudo:
- 8% dos estudados relataram comportamentos extremos de controle de peso prejudiciais à saúde
- 53% tiveram comportamentos menos extremos de controle de peso prejudiciais à saúde
- 14% relataram compulsão alimentar.
A pesquisadora Melissa Simone, do pós-doutorado da Universidade de Minnesota, defende que “é essencial que as intervenções preventivas e os esforços de tratamento dos transtornos alimentares sejam facilmente acessíveis e amplamente divulgados para aqueles em risco elevado”.
Segundo Simone, os transtornos alimentares têm uma das taxas de mortalidade mais altas em todos os problemas de saúde psiquiátrica e, portanto, é importante tentar fazer ligações entre as consequências da pandemia e os comportamentos alimentares desordenados.
O trabalho científico foi publicado no International Journal of Eating Disorders, teve como objetivo compreender as associações potenciais nos comportamentos alimentares durante a pandemia de covid-19 por meio da análise de dados qualitativos e quantitativos coletados entre abril e maio de 2020 de voluntários do Projeto Covid-19 Eating and Activity over Time (C-EAT).
A pesquisa C-EAT foi projetada para capturar correlações de alimentação, atividade e comportamentos de saúde relacionados ao peso durante o surto de covid-19 e identificar áreas que precisam de atenção imediata para evitar consequências adversas à saúde.
A amostra do estudo contou com 447 mulheres, 263 homens e 10 participantes de outras identidades de gênero. A maioria dos entrevistados (90%) morava em Minnesota no momento em que completou a pesquisa.
As identidades étnicas e raciais relatadas pelos participantes foram 29,6% brancos, 23,9% asiáticos, 16,5% latinos, 18,2% afroamericanos e 11,8% mistos ou outros. A distribuição entre as categorias, com base principalmente no nível de escolaridade inicial, foi: 32,7% baixo; 20,7% médio-baixo; 17,0% médio; 18,5% médio-alto; 11,2% alto.
Fonte: Universidade de Minnesota, Associação de Anorexia Nervosa e Distúrbios Associados (Anad), International Journal of Eating Disorders.
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