Descubra onde está o erro: “Uma nova linha de vapes com foco em você… para dar um ‘up’ em seu desempenho diário”. Com este anúncio, uma empresa divulgou, nesta semana, uma linha de cigarros eletrônicos com concentrados vitamínicos e a promessa de manter a energia do usuário, reforçar sua imunidade, além de melhorar sua qualidade do sono. Ah, num produto “natural, sem nicotina e sem danos à saúde”, obviamente.
A sucessão de problemas na mensagem, uma propaganda disponibilizada em um perfil chamado “Iz Health Pod”, passa, além do incentivo do uso do cigarro eletrônico, pela suplementação de nutrientes via pulmonar. O assunto dominou os portais de notícias e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisou se pronunciar. A vendedora acabou fechando seus perfis nas redes sociais após a repercussão entre especialistas da área de saúde.
Amplamente consumidos no país, os cigarros eletrônicos, também conhecidos como “pods” ou “vapers”, fazem mal à saúde e são desautorizados pela Anvisa. Segundo nota da instituição, “a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidos no Brasil. Essa decisão se baseou no princípio da precaução, devido à inexistência de dados científicos que comprovem as alegações atribuídas a esses produtos”.
De acordo estudo da Escola de Enfermagem da UFMG, os vapers, além de causarem dependência química, aumentam as chances de doenças cardiovasculares e pulmonares, além de queimaduras causadas por explosões dos cigarros. A pesquisa aponta ainda que tem aumentado o uso deste produto entre os jovens.
Suplementação através da fumaça?
Outro problema do produto diz respeito à suplementação alimentar prometida. De acordo com nota divulgada pela Anvisa, suplementos alimentares devem ser ingeridos apenas de maneira oral. A empresa promete a suplementação vitamínica via pulmonar. Além disso, o produto apresentado na última semana, segundo a agência, carece de comprovação de eficácia e de regularização.
“Em relação aos suplementos alimentares, a regra não é diferente. A apresentação de vitaminas e outros alimentos oferecidos na forma de dispositivos eletrônicos para fumar é proibida, considerando que o próprio dispositivo não é permitido e que suplementos alimentares são produtos de ingestão oral”, informou a agência.
As formas farmacêuticas que podem ser utilizadas em suplementos alimentares são, segundo a Anvisa, aquelas destinadas à administração e ingestão oral. Os suplementos podem ser de forma sólida, semissólida ou líquida, como cápsulas, comprimidos, líquidos, pós, barras, géis, pastilhas, gomas de mascar, entre outros. O ideal é que toda suplementação aconteça com a orientação de um profissional da área.
“Os suplementos alimentares são produtos destinados a suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com nutrientes como vitaminas, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados. Para enquadramento na categoria de suplemento alimentar, o produto deve atender às disposições da RDC 243/2018 e da Instrução Normativa (IN) 28/2018 e suas atualizações”, afirma a Anvisa.
“Os suplementos alimentares também devem observar requisitos específicos de composição, regularização e rotulagem estabelecidos em atos complementares, como a RDC 239/2018, que estabelece os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia autorizados para uso nesses produtos”, finaliza a agência.
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