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Pílula do exercício: A ciência cada vez mais perto desta descoberta 

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Uma pílula que forneça os mesmos benefícios dos exercícios físicos. Essa realidade, com ares de filme de ficção científica, pode não estar tão distante. Pesquisa divulgada em meados de junho pela revista “Nature” aponta para a descoberta de uma molécula no sangue, produzida durante a prática de atividades físicas, que leva à redução da ingestão de alimentos e da obesidade. 

Chamada Lac-Phe, um aminoácido sintetizado a partir do lactato, essa molécula pode abrir uma trilha para, num futuro mais distante, ser desenvolvido um medicamento que permita benefícios a pessoas que não tenham condições de se exercitar suficientemente.

Segundo pesquisadores da Faculdade de Medicina de Stanford e da Universidade de Medicina Baylor, nos Estados Unidos, as descobertas, feitas a partir de estudos com camundongos, melhoram a compreensão dos processos fisiológicos subjacentes à interação entre exercício e fome. 

“Foi comprovado que o exercício regular ajuda na perda de peso, regula o apetite e melhora o perfil metabólico, especialmente para pessoas com sobrepeso e obesidade”, disse o autor co-correspondente Dr. Yong Xu.

 “Se pudermos entender o mecanismo pelo qual o exercício desencadeia esses benefícios, estaremos mais perto de ajudar muitas pessoas a melhorar sua saúde”, afirmou à “Nature” Xu, professor de pediatria-nutrição e biologia molecular e celular na Baylor.

O estudo

Uma alta dose de Lac-Phe em camundongos com obesidade induzida suprimiu a ingestão de alimentos em cerca de 50% em comparação com outros camundongos por um período de 12 horas sem afetar seu movimento ou gasto de energia. Quando administrado aos camundongos por dez dias, o Lac-Phe reduziu a ingestão cumulativa de alimentos, o peso corporal e melhorou a tolerância à glicose.

“Queríamos entender como o exercício funciona no nível molecular para poder capturar alguns de seus benefícios”, disse o co-autor correspondente Jonathan Long, MD, professor assistente de patologia na Stanford Medicine e um Institute Scholar of Stanford ChEM-H (Química, Engenharia e Medicina para a Saúde Humana).

“Por exemplo, pessoas mais velhas ou frágeis que não podem se exercitar o suficiente podem um dia se beneficiar de tomar um medicamento que pode ajudar a retardar a osteoporose, doenças cardíacas ou outras condições”, explicou Long à publicação britânica.

“Nossos próximos passos incluem encontrar mais detalhes sobre o Lac-Phe e seus efeitos no corpo, incluindo o cérebro”, disse Xu. “Nosso objetivo é aprender a modular essa via de exercício para intervenções terapêuticas”.

A hora é agora!

Além de distantes, as intervenções projetadas pelos estudiosos deverão ser direcionadas, em princípio, a pessoas que não tenham condições de se exercitar suficientemente por alguma questão de saúde pré-existente ou pela idade avançada. Portanto, nada de preguiça! “Bora” começar a praticar atividades físicas? 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a prática moderada deve chegar a pelo menos 150 minutos ao longo da semana para a população adulta – uma média de 30 minutos por dia, cinco vezes na semana. No caso de exercícios mais intensos, essa duração cai para pelo menos 75 minutos semanais. 

Também é possível combinar exercícios que exigem mais ou menos do corpo. Atividades para o fortalecimento da musculatura devem ser feitas em dois ou mais dias da semana e contemplar os grandes grupos musculares.

A atividade física regular, segundo a OMS,  é fundamental para prevenir e tratar doenças crônicas não transmissíveis, como as cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e câncer de mama e de colo do útero. 

Essas enfermidades são responsáveis por 71% de todas as mortes no mundo, incluindo as mortes de 15 milhões de pessoas por ano com idade entre 30 e 70 anos.

Então, mexa-se! Se você ainda não conquistou este hábito, saiba que nunca é tarde para começar. Confira dicas:

  • Comece com práticas mais leves e aumente a intensidade com o passar do tempo.
  • Treine próximo à sua casa. Isso vai facilitar sua vida e evitar que você desanime.
  • Crie metas realistas para a evolução da sua prática. 
  • Alongue-se pelo menos três vezes na semana.
  • Realize as atividades regularmente para ter efeito na saúde.
  • Respeite os limites do seu corpo. Se sentir dores intensas, além do incômodo muscular inicial, procure um médico.

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