Já é de conhecimento da maioria das pessoas que o excesso de peso e a obesidade são fatores de risco para casos graves de Covid-19. Sabe-se também que o excesso de gordura corporal provoca diversas outras condições de saúde, sendo um catalisador de inflamações.
Cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, decidiram, então, investigar qual a relação do vírus Sars-CoV-2 com as células de gordura e do sistema imunológico no tecido adiposo.
A pesquisa está disponível na plataforma BioRxiv, mas ainda precisa ser revisada. Os autores testaram amostras de tecido adiposo de pacientes que passaram por cirurgia bariátrica para verificar se a gordura poderia ser infectada pelo novo coronavírus.
A equipe liderada por especialistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, avaliou adipócitos, células que armazenam energia na forma de gordura, e pré-adipócitos, versões “precoces” dessas estruturas, além de células do sistema imunológico chamadas macrófagos.
Os adipócitos se mostraram capazes de serem infectados pelo Sars-CoV-2, mesmo que não tenham apresentado uma inflamação excessiva. Alguns macrófagos também se revelaram vulneráveis ao vírus, com uma resposta inflamatória evidente. Os pré-adipócitos, por sua vez, não foram infectados, mas também influenciaram na resposta inflamatória.
Não satisfeitos, os experts testaram ainda amostras de tecido adiposo dos cadáveres de europeus mortos pela Covid-19. Eles detectaram o coronavírus na gordura ao redor de diversos orgãos, como coração e intestino. É possível, portanto, que em quadros graves o dano ocorra pois o vírus ataca o tecido gorduroso.
“O que quer que aconteça na gordura não permanece na gordura. Afeta também os tecidos vizinhos”, ressalta Philipp Scherer, cientista do Southwestern Medical Center da Universidade do Texas (EUA), que não colaborou com o estudo, ao site The New York Times.
É possível ainda que o Sars-Cov-2 se replique no tecido adiposo, fazendo da gordura uma espécie de “reservatório” para o vírus, de acordo com David Kass, professor de cardiologia da Johns Hopkins Medicine, que tampouco se envolveu na pesquisa.
Mais que isso, os autores do estudo imaginam até que o tecido adiposo infectado possa contribuir para casos de Covid-19 longa, com sintomas prolongados por semanas ou mesmo meses após a “recuperação” da infecção.
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