Julho é marcado pela campanha de conscientização do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer de bexiga. O mês é dedicado à campanha para que as pessoas, com ou sem histórico da doença na família, passem a buscar orientação e acompanhamento médico, além de realizar exames periódicos. O principal fator de risco para desenvolver a doença é o cigarro, responsável por cerca de 50% dos casos.
A queda no número de diagnósticos deste tipo de câncer preocupa os especialistas. Isto porque, com a pandemia, muitos pacientes deixaram de realizar exames rotineiros. De acordo com informações da Agência Brasil, para dimensionar o tamanho do dano causado pela pandemia no diagnóstico de novos casos de cânceres, a Sociedade Brasileira de Urologia (seção de São Paulo) realizou levantamento em parceria com instituições de saúde no Estado de São Paulo, responsáveis pelo atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os resultados mostraram que a pandemia gerou uma redução média de 26% no número de novos casos, englobando os tumores de rim, próstata e bexiga, na comparação com diagnósticos feitos nos anos de 2019 e 2020. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o número de casos novos de câncer de bexiga, estimados em 2022 para o Brasil, é de 7.590 casos em homens e 3.050 em mulheres.
Além do exame físico e análise da história clínica, para realizar um diagnóstico mais preciso, o médico pode solicitar alguns exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética). O exame diagnóstico mais importante para avaliação do câncer vesical é a cistoscopia. Com esse exame, o médico consegue avaliar o interior da bexiga do paciente com uma câmera.
Fique alerta aos sinais
Sangramento visível na urina; desconforto ao urinar, como dor e ardência; aumento da frequência ou urgência em urinar são sintomas para acender o alerta de um possível câncer de bexiga, órgão que armazena a urina antes de ser eliminada do corpo. Durante a micção, os músculos da bexiga se contraem e a urina é eliminada através da uretra.
“Mesmo nos estágios iniciais, esse tipo de tumor já pode causar alguns sintomas. O principal sintoma da doença é o sangramento visível na urina. Outro indicativo é o desconforto a urinar. Alterações como urgência para urinar ou aumento da frequência urinária também são sintomas que a gente deve investigar”, alerta o urologista Rafael Ribeiro Meduna, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, em entrevista para a Agência Brasil.
Nos casos mais avançados da doença, podem ocorrer sintomas como perda de peso, cansaço, fraqueza, perda do apetite, dor óssea e incapacidade de urinar. Contudo, esses sintomas também são comuns em outras doenças como infecção urinária, aumento benigno da próstata, bexiga hiperativa e pedras nos rins e bexiga.
“É importante lembrar que esses sintomas não significam que você está com um tumor de bexiga. Existem outras doenças que são até um pouco mais frequentes que o câncer de bexiga, que também causam sintomas como o aumento da próstata benigno, uma infecção urinária, cálculos na bexiga e até a bexiga hiperativa”, afirma Meduna.
Tratamento
No caso de tumores iniciais, o tratamento realizado é a ressecção transuretral da bexiga, conhecida como “raspagem da bexiga”. Em alguns casos, pode-se associar a esse tratamento, a aplicação de drogas como BCG, quimioterápicos ou imunoterápicos dentro da bexiga.
Em tumores que invadem a musculatura da bexiga, com a cistectomia radical (retirada de toda a bexiga) é a forma mais adequada de tratamento, podendo ser precedido pela quimioterapia em algumas situações. Como tratamento alternativo à retirada total da bexiga, pode ser utilizado uma combinação de raspagem da bexiga, quimioterapia e radioterapia.
Em geral, esse tratamento alternativo é destinado a pacientes com muitos problemas de saúde que não tem condições para realizarem a retirada total da bexiga. No caso de tumores mais avançados com presença de metástases (invasão de outros órgãos), o tratamento mais adequado é a quimioterapia ou imunoterapia. “A recomendação continua valendo: quanto antes se diagnosticar o problema, mais chances de cura o paciente terá”, finaliza o especialista.
Alternativas para encontrar alívio durante o tratamento
Tratamentos de câncer de bexiga costumam ser agressivos e gerar muitos efeitos colaterais. A quimioterapia e a radiação levam desconfortos ao paciente, que sofrem com fadiga, perda de apetite, náusea, depressão, entre outros. Algumas medidas naturais podem ajudar a aliviar os sintomas e apoiar sua recuperação:
- Se dê o direito ao descanso
- O sono e o descanso são fundamentais para fornecer energia ao corpo em tratamento, pois ele trabalha arduamente para superar a doença e se ajustar às medicações.
- Caso se sinta animado, permaneça ativo fazendo caminhadas suaves, alongando-se ou praticando atividades de baixo impacto como a yoga lenta
- Atente para o valor nutricional da sua dieta
- Coma uma variedade de frutas e vegetais. Aposte em alimentos como vegetais verdes folhosos e vegetais verdes escuros, frutas vermelhas e cítricas, além de vegetais de cor laranja e amarela
- Opte por carnes orgânicas, ovos e laticínios crus/fermentados e consuma gorduras saudáveis, de origem vegetal, ou ghee.
- Aposte nos caldos de osso, sucos de vegetais frescos e infusões de ervas.
- Carboidratos complexos, incluindo batata-doce, cenoura, beterraba, outros tubérculos e alimentos integrais proporcionam energia.
- Mantenha-se hidratado
- A menos que seu médico lhe diga o contrário, tente beber de um a dois litros de água por dia. Limite o consumo de álcool e cafeína, que têm efeitos diuréticos e podem irritar o trato urinário.
- Encontre formas de driblar ou reduzir a náusea
- A indigestão, a perda de apetite e a fadiga são reações comuns durante o tratamento. Para evitar o mal-estar muito intenso, divida suas refeições em pequenas porções ao longo de todo o dia. Coma com calma e relaxe após se alimentar.
- Chás, como o de gengibre ou de camomila, podem ser bons aliados para o alívio desses sintomas. O suco de limão também ajuda a acalmar o estômago.
- Aposte nos óleos essenciais. O de gengibre pode ser aplicado no peito ou no abdômen. Já o de hortelã-pimenta pode ser inalado ou esfregado no pescoço e no peito.
- Por fim, tente terapias alternativas como meditação e acupuntura.
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