De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o climatério corresponde ao período entre o final da fase reprodutiva até a senilidade. Dentro deste período, ocorre a menopausa, definida com a interrupção permanente da menstruação, reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação).

O período do climatério – e também o da menopausa – é considerado uma importante etapa na vida da mulher durante o qual o acompanhamento por um ginecologista é fundamental para que ela passe por essa fase de forma mais tranquila. E que tenha orientações de como aliviar o desconforto. Estudo realizado pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras) mostra que 88% das mulheres no país sentem pelo menos um efeito das alterações hormonais do período, sendo que em 73% dos casos há ondas de calor, os chamados fogachos.

Oscilação de humor, ansiedade, além de secura e afinamento vaginal são outros problemas que afetam diretamente a qualidade de vida da população feminina no período. Mas menopausa não é, ou não deveria ser, sinônimo de sofrimento: há tratamentos disponíveis para tentar apaziguar seus efeitos.

De acordo com o “Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa” publicado pelo Ministério da Saúde, atualmente, “com o aumento da expectativa de vida, a mulher passa uma parte significativa da sua vida no período do climatério, tendo ainda muitos anos para desfrutar de uma sexualidade plena. Algumas mulheres nesse período podem sentir diminuição do desejo enquanto outras experimentam o processo inverso, ou seja, uma liberação do desejo e o exercício de uma sexualidade menos conflituosa”.

Ainda segundo a publicação do Ministério da Saúde, “o climatério contempla algumas mudanças que podem ocorrer em maior ou menor intensidade, durante o período que acompanha a diminuição da função ovariana. Desta forma, a instituição de tratamento específico, como a terapêutica hormonal (TH)” pode ser necessária quando bem indicada. Certos medicamentos hormonais que visam aliviar os sintomas do podem ajudar a tornar o sexo mais confortável. E estar mais confortável durante o sexo pode melhorar seu desejo.

A TH é aplicada desde a década de 1960 e tem como objetivo repor os níveis dos hormônios femininos, principalmente a concentração de estrogênios e progesterona, sendo normalmente indicada a sua realização na menopausa, já que alivia os sintomas comuns de acontecer nesse período e previne alterações que podem acontecer como consequência da desregulação hormonal. A duração do tratamento pode variar de mulher para mulher – normalmente de dois a cinco anos. Quando adotada, a TH deve ser individualizada às necessidades da mulher.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia ressalta que, antes de fazer qualquer tipo de TH, é preciso procurar um médico para fazer exames e descartar qualquer problema de saúde que impeça o tratamento. A partir dos 45 anos, aproximadamente, o corpo feminino inicia um processo de transição hormonal, conhecido como climatério, e se estende até a menopausa, que vai até, mais ou menos, os 65 anos. Pacientes fora dessa janela não representam uma contraindicação absoluta para o tratamento e devem ser avaliadas de maneira individualizada caso apresentem sintomas.

A menopausa não é o fim da vida, mas o começo de uma nova etapa.

Opções de terapias de reposição hormonal:

Estrogênio

Está disponível em várias formas, incluindo pílulas, adesivos, sprays e géis. Doses menores de estrogênio são encontradas em cremes vaginais e supositórios ou anéis de liberação lenta. Seu médico pode ajudá-lo a entender os riscos e benefícios de cada formulário. Mas, o estrogênio não melhora o funcionamento sexual relacionado ao transtorno do desejo sexual hipoativo.

Testosterona

O hormônio masculino desempenha um papel importante na função sexual feminina, embora a testosterona ocorra em quantidades muito menores nas mulheres. A testosterona não é aprovada pelo FDA para disfunção sexual em mulheres, mas às vezes é prescrita off-label para ajudar a aumentar a libido atrasada. O uso de testosterona em mulheres é controverso. Tomá-lo pode causar acne, excesso de pêlos no corpo e alterações de humor ou personalidade.

Prasterona (Intrarosa)

Esta inserção vaginal fornece o hormônio dehidroepiandrosterona (DHEA) diretamente na vagina para ajudar a aliviar o sexo doloroso. Você usa este medicamento todas as noites para aliviar os sintomas de secura vaginal moderada a grave associada ao GSM .

Ospemifeno (Osphena)

Tomada diariamente, esta pílula pode ajudar a aliviar os sintomas sexuais dolorosos em mulheres com GSM moderada a grave . Este medicamento não é aprovado em mulheres que tiveram câncer de mama ou que têm alto risco de desenvolver câncer de mama.