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Saiba mais sobre afasia, o distúrbio que aposentou precocemente o ator Bruce Willis

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O ator Bruce Willis está se aposentado precocemente aos 67 anos, e essa notícia pegou seus fãs de surpresa. A família do ator informou, pelas redes sociais, que ele foi diagnosticado com afasia, um distúrbio de linguagem que compromete a capacidade de se comunicar.

Veja a nota divulgada por seus familiares:

Aos fãs incríveis do Bruce, nós queremos compartilhar enquanto família que nosso amado Bruce está passando por problemas de saúde e foi recentemente diagnosticado com afasia, que está impactando suas habilidades cognitivas. Como resultado disso, Bruce está se retirando da carreira que tanto significava para ele”.

Mas que condição é essa, tão pouco conhecida da maioria das pessoas e que compromete a capacidade de entender e até falar?

O neurologista do hospital Albert Einsten Rodrigo Meirelles Massaud explica que as afasias normalmente ocorrem após lesões cerebrais, que geralmente acometem o lado esquerdo do cérebro (hemisfério esquerdo), principalmente nas regiões frontais e temporais.  É nessa região que a maioria das pessoas possuem as redes neurais, que possibilitam as funções cerebrais da linguagem. 

Em artigo publicado no site do hospital, Massaud traça um panorama da doença, sintomas, causas, além de mostrar as opções de tratamento.

O que são?

As afasias são condições que alteram a capacidade dos pacientes de se comunicar de forma adequada afetando as seguintes funções: 

– Capacidade de falar ou se expressar verbalmente

– Compreensão da linguagem verbal 

– Compreensão da linguagem escrita (leitura), 

– Capacidade de escrever. 

As afasias não devem ser confundidas com outras alterações da fala como: 

– a disartria que é uma alteração neurológica caracterizada pela dificuldade em articular as palavras de maneira correta.

– a disfonia (rouquidão)  que é toda e qualquer dificuldade na vocalização das palavras. Geralmente relacionadas a disfunções das cordas vocais.

Todo ser humano, faz uso da linguagem. O cérebro, em condições de desenvolvimento normais, possui habilidades que propiciam a aquisição da linguagem quando na presença de estímulos ambientais adequados. 

Falar, achar as palavras corretas, compreender, ler, escrever e fazer gestos fazem parte do uso adequado da linguagem. 

Alguns pacientes apresentam, como resultado de lesões cerebrais de diferentes causas, alterações em uma ou mais funções da linguagem, levando aos distúrbios conhecidos como afasias. 

A palavra afasia deriva do grego (A = não, ausência,) (FASIA = falar) apesar do radical de ausência, as afasias são disfunções dos componentes da linguagem e não ausência da fala. 

Tipos

A diferenciação dos tipos de afasias dentre outros  sinais e sintomas neurológicos são parte importante da avaliação neurológica, auxiliando a investigação das causas bem como na localização das diferentes lesões neurológicas que levam a afasia. 

​As afasias já apresentaram vários tipos de classificação ao longo da história da neurologia. As classificações difundidas hoje são aquelas que possuem utilidade clínica comprovada. 

Testes neuropsicológicos, como por exemplo, o teste de afasias de Boston, são testes padronizados ao redor do mundo, geralmente aplicados por neuropsicólogos, que ajudam a entender os diferentes tipos de disfunção da linguagem nas afasias. 

Várias funções da linguagem são avaliadas por esses testes como: fluência do discurso, compreensão do discurso, capacidade de nomeação, capacidade de repetição, leitura, escrita. 

A anamnese adequada e o exame neurológico, realizados por neurologistas experientes, associado aos resultados dos testes neuropsicológicos podem dar pistas a respeito da localização da lesão cerebral além da causa das afasias. 

Podemos dividir as afasias em dois grandes grupos baseado na fluência do discurso: 1 – afasias fluentes, 2- afasias não fluentes

Afasias não fluentes 

As lesões que levam as afasias não fluentes geralmente acometem áreas anteriores do cérebro, principalmente as regiões frontais que estão envolvidas com a fluência do discurso. 

Pessoas com esse distúrbio lutam para se expressar e apresentam grande dificuldade em achar as palavras, falam frases muito curtas e omitem palavras. Uma pessoa pode dizer: “Quer comida” ou “Parque de caminhada hoje”. Muitos ouvintes podem entender o significado do que foi dito. Pessoas com afasias não fluentes podem entender o que as outras pessoas dizem melhor do que podem se expressar. Os pacientes geralmente estão conscientes das suas dificuldades em se comunicar e podem ficar frustrados e irritados. As afasias não fluentes podem apresentar fraqueza ou paralisia do lado direito do corpo. 

Afasias fluentes

Pessoas com essa forma de afasia podem falar com facilidade e com fluência, geralmente se expressam com frases longas e complexas que muitas vezes não fazem sentido no contexto da conversa, ou incluem palavras incompreensíveis, incorretas e desnecessárias. Pacientes com esse tipo de afasia geralmente não entendem o que está sendo falado e muitas vezes não percebem que as outras pessoas não conseguem compreendê-los. 

Além da fluência podemos dividir as afasias pelos diferentes tipos de alterações de componentes da linguagem conforme tabela abaixo:

Principais sintomas

Os sintomas podem ser percebidos pelo paciente, parentes ou pessoas próximas, sem nenhum treinamento formal, podendo se apresentar das seguintes formas: o paciente fala frases curtas ou incompletas, fala frases que não fazem sentido, troca uma palavra por outra ou troca fonemas por outros fonemas, essas trocas são conhecidas como parafasias semânticas ou fonéticas respectivamente, fala palavras incompreensíveis, não entende a conversa de outras pessoas, escreve frases que não fazem sentido.

Causas

​​Várias doenças neurológicas podem levar as afasias por lesões que acometem as áreas de linguagem, como por exemplo os acidentes vasculares cerebrais (AVC), que levam a afasias de instalação aguda ou súbita.

As afasias podem também se instalar de forma gradual​, como quando relacionadas a tumores cerebrais ou doenças degenerativas, como alguns tipos de demências (Demência Frontotemporal ou na Doença de Alzheimer). 

Outras causas de lesões cerebrais que podem levar as afasias são: abscessos cerebrais, traumas de crânio, esclerose múltipla etc.

O tamanho da lesão cerebral e o tipo de doença de base determinam o grau de deficiência da linguagem.

​Diagnóstico

O diagnóstico das afasias é eminentemente clínico, sendo o neurologista o profissional mais habilitado para este diagnóstico. A partir da constatação dos sinais e sintomas pelo exame clínico surge a necessidade de um diagnóstico topográfico, que define onde está a lesão no cérebro e o diagnóstico etiológico, que é a causa ou doença que levou a afasia. Para o diagnóstico do local da lesão cerebral e da causa, os principais exames complementares são: a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Tratamento

A doença de base deve ser definida e tratada adequadamente o mais rápido possível. Caso o quadro de afasia apresente instalação aguda ou súbita o paciente deve procurar imediatamente um pronto socorro especializado, pois, a causa pode ser um acidente vascular cerebral (AVC). Os AVCs devem ser tratados o mais precoce possível, pois, isso aumenta as chances do paciente evoluir sem sequelas. 

Após iniciar o tratamento das doenças de base, o tratamento para as afasias deve ser feito com programas de reabilitação de linguagem que tem como seu principal pilar a fonoterapia. Essa terapia envolve a prática de habilidades linguísticas e pode ensinar os pacientes a suprir deficiências com outras formas de s​e comunicar. Os membros da família frequentemente participam do processo de reabilitação, ajudando com a comunicação dos pacientes.

Prevenção

Não há como prevenir diretamente as afasias. A prevenção ocorre ao evitar as doenças de base. A prevenção das doenças vasculares cerebrais (AVCs) é uma abordagem eficaz, uma vez que estão entre as principais causas de afasias. O controle dos fatores de risco para doenças vasculares como:  controle da pressão arterial, diabetes mellitus, colesterol, obesidade, sedentarismo, tabagismo entre outros, seria uma forma de prevenir AVCs e consequentemente as afasias.

Incidência no Brasil

​Não há dados estatísticos específicos sobre a incidência das afasias na população brasileira, haja visto, que podem ser consequência de uma série de doenças neurológicas. A mais comum das doenças neurológicas que levam a afasia, são os acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Dados do DATASUS indicam que houve 170.000 casos de internações hospitalares por AVC no Brasil em 2016, sendo esta doença a principal causa de morte e sequelas incapacitantes no Brasil.

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