O Brasil dá um passo importante no setor farmacêutico com a inauguração de uma nova fábrica, no interior de São Paulo, que produzirá liraglutida e semaglutida, substâncias essenciais no tratamento de diabetes e obesidade. A iniciativa, liderada pela empresa EMS, marca a primeira vez que o país terá capacidade de fabricar esses medicamentos inovadores localmente, prometendo reduzir custos e melhorar o acesso a tratamentos eficazes para os brasileiros.
A liraglutida é um dos ativos dos produtos Saxenda e Victoza, enquanto a semaglutida é o princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy. Ambas agem como um hormônio natural reduzindo efeitos colaterais. A farmacêutica já submeteu pedidos de registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com a liraglutida em processo prioritário de avaliação e a semaglutida prevista para ser registrada posteriormente.
A diabetes atinge 20 milhões de pessoas no país. A doença, que pode ser silenciosa, é ligada a casos de amputação, cegueira e problemas renais e cardíacos. Já a obesidade está ligada a complicações como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e problemas nas articulações. De acordo com uma pesquisa do Instituto Datafolha, 59% dos brasileiros estão acima do peso.
Ozempic genérico
A nova unidade marca um avanço significativo, pois será a primeira no país a produzir medicamentos para esses males usando peptídeos sintéticos. Atualmente, uma caixa de liraglutida custa cerca de R$ 600, e a semaglutida varia entre R$ 890 e R$ 1.915. Com a produção local, espera-se que esses valores diminuam.
A inauguração da fábrica aconteceu na semana passada na cidade de Hortolândia (SP). O investimento total na unidade foi de R$ 70 milhões, com R$ 48 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O presidente do grupo EMS, Carlos Sanches, destacou a importância da produção nacional desses medicamentos e a expansão planejada para outros mercados. A empresa pretende começar a comercializar a liraglutida globalmente após a aprovação e, posteriormente, a semaglutida, após a expiração da patente do Ozempic, prevista para março de 2026.
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