As inflamações têm sido cada vez mais compreendidas e estudadas como causa de uma série de problemas de saúde da população mundial.
Elas são uma reação do organismo a agentes invasores. Células do nosso sistema imune, como macrófagos e linfócitos, entram em ação para combater corpos estranhos, que podem ser vírus, bactérias, substâncias químicas ou alguma lesão física.
O que pouca gente sabe é que a inflamação tem relação direta com a nossa saúde mental. Cada vez mais os cientistas se debruçam sobre o assunto, que é uma das bases da chamada medicina ortomolecular.
Um exemplo é uma pesquisa recente feita com cerca de 86 mil pessoas no Reino Unido, que apontou uma associação entre depressão e inflamação. A publicação mostrou que indivíduos diagnosticados com a doença tinham níveis mais altos de inflamação em seu organismo.
Realizado por pesquisadores da King’s College London, o estudo se baseou na análise da presença da proteína C reativa (CRP) – um marcador de inflamação no organismo – em amostras sanguíneas dos participantes do estudo.
Dos 86 mil integrantes da investigação, cerca de 27 mil apresentavam depressão crônica, e 59 mil não tinham a doença.
A pesquisa concluiu que os níveis de CRP se mostraram “significativamente maiores” nas amostras dos indivíduos deprimidos em relação aos que não tinham o transtorno.
O trabalho realizado pelo King´s College London se tornou uma das principais evidências dessa tese que vem sendo defendida pela medicina ortomolecular desde o seu nascimento, nos anos 1950: de desinflamar o organismo e melhorar a saúde geral do paciente.
Naquela época, psiquiatras criaram a terapia megavitamínica, que consistia na aplicação de dosagens massivas de vitamina B3 em pacientes psiquiátricos.
Com o tempo, a terapia foi ampliada e passou a usar outras vitaminas, hormônios, dietas e minerais.
É importante ressaltar que, até certo ponto, as inflamações são uma resposta importante e bem-vinda do nosso corpo a esses agentes. Mas elas podem se tornar um problema sério para o organismo quando essa reação ocorre de forma exagerada.
É como se fosse uma guerra: o exército que vai defender um território acaba atacando, além dos inimigos, também civis – ou seja, células saudáveis.
O sinal vermelho acende quando esse exército de defesa confunde tropas inimigas com os seu próprios integrantes, e as destrói. Um exemplo clássico é a tireóide de Hashimoto, uma doença autoimune em que os anticorpos investem contra a glândula e tentam destrui-la. Essa é uma das principais causas de hipotireoidismo.
Toda essa explicação é importante para que as pessoas entendam como funciona o organismo e tenham atenção com um dos principais fatores causadores de inflamações no nosso corpo hoje: um estilo de vida sedentário, em que produtos industrializados têm sido os grandes vilões, além de alimentos que, mesmo naturais, podem provocar inflamações.
A medicina ortomolecular tem crescido muito no mundo por trabalhar o individuo como um todo, ocupando lacunas deixadas pela medicina convencional especializada.
Seu diferencial está na avaliação dos sintomas clínicos e subclínicos apresentados pelo paciente com suas peculiaridades individuais, somadas às condições ambientais (laborativas, emocionais, hábitos de vida, alimentares, exposição a xenobióticos).
Essa modalidade de tratamento acrescenta aos tratamentos específicos de cada doença os 45 nutrientes básicos ao metabolismo, caso sejam necessários, após a realização de uma extensa gama de exames profundos.
Veja mais detalhes sobre o estudo inglês
Os mecanismos por trás da ligação entre a depressão e a inflamação permanecem misteriosos, mas os cientistas acreditam que essa descoberta e os dados que obtiveram são importantes para uma melhor compreensão sobre a doença psiquiátrica – e, quem sabe, para o desenvolvimento de diferentes tratamentos para a depressão.
Os pesquisadores também consideraram dados genéticos e fenotípicos – isto é, referentes a características possíveis de se observar nos indivíduos, como as físicas – através do UK Biobank, um banco de dados biomédicos do Reino Unido. Foram observados fatores como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), tabagismo, consumo de álcool, exposição a traumas e status socioeconômico.
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