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Pesquisa aponta que consumo diário de leite reduz em até 66% o risco de morte por doenças cardiovasculares

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A ingestão diária de leite superior a 260 ml para homens e 321 ml para mulheres reduz em até 66% o risco de morte por doenças cardiovasculares. A conclusão é de um estudo realizado na Faculdade de Medicina da UFMG e publicado no “European Journal of Nutrition”’. De acordo com informações do portal de notícias da universidade mineira, a pesquisa demonstrou conclusão parecida também para outros laticínios totais. 

Durante o processo, foram avaliados o grupo dos chamados laticínios totais (leite, queijos, iogurtes, requeijão, manteiga, sobremesas lácteas e sorvete), alguns subgrupos (fermentados e lácteos com alto e baixo teor de gordura) e componentes do leite em separado. Os melhores resultados foram com o alimento in natura e revelaram diferenças importantes no consumo entre os sexos.

A pesquisa resultou na tese de doutorado da nutricionista Fernanda Marcelina Silva e se valeu de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa Brasil), programa que acompanha 15 mil servidores públicos, com idades entre 35 e 74 anos, desde 2008/2010, em seis capitais brasileiras. Segundo Fernanda afirmou ao site da universidade, sua investigação ratificou outros estudos recentes ao redor do mundo que comprovam a importância do leite, por muito tempo considerado um alimento nocivo à saúde.

A perda de espaço dos alimentos in natura em favor de produtos prontos nos hábitos do brasileiro despertou a pesquisadora para o tema. “Essa mudança no padrão alimentar ao longo dos anos vem acompanhada do aumento das doenças crônicas não transmissíveis e do risco de morte por essas doenças”, apontou a estudiosa, que é mestre em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto e doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da UFMG.

Brasileiro consome pouco leite

“O brasileiro consome relativamente pouco leite e seus derivados se comparado com habitantes de países desenvolvidos, embora sejamos um país com participação importante na produção mundial desse alimento. Em outros estudos (ao redor do mundo), observamos que há relação entre a renda e o consumo de leite, então provavelmente há uma restrição no acesso a esse alimento no Brasil”, analisou.

O trabalho, que foi premiado na Scientific Sessions 2021, da American Heart Association, incluiu aproximadamente 7.000 participantes do Elsa Brasil – maior pesquisa latino-americana sobre o desenvolvimento de doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares, câncer e doenças metabólicas como obesidade, diabetes, dislipidemia, entre outras.

Os dados coletados dos participantes foram analisados ao longo de oito anos. Eles responderam a um questionário no início do processo sobre consumo alimentar habitual, incluindo leite de vaca e outros laticínios. Também foram coletados dados sociodemográficos, sobre comportamentos, como tabagismo e atividade física, e sobre a saúde em geral. 

Fernanda concluiu ao site da UFMG que é importante priorizar uma alimentação saudável, balanceada e rica em alimentos in natura e defende que políticas públicas melhorem o acesso a alimentos saudáveis. “Nossos dados indicam a necessidade de se incentivar o consumo de leite e de reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados”, afirmou. 

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