Com a chegada dos dias frios, é quase inevitável buscar uma bebida quente que traga conforto. No inverno, os chás ganham protagonismo: são aromáticos, acolhedores e fazem parte de rituais de bem-estar ao redor do mundo. Mas o que muita gente ainda não sabe é que, além do aconchego, diversas infusões naturais podem oferecer benefícios anti-inflamatórios relevantes para a saúde.
Seja para aliviar dores, melhorar a digestão ou fortalecer o sistema imunológico, alguns tipos reúnem compostos bioativos capazes de atuar diretamente nos processos inflamatórios do organismo. Camomila, chá verde, hortelã e erva-doce estão entre os mais populares. Mas será que funcionam mesmo? A resposta é: em parte, sim — desde que usados com cautela, conhecimento e como complemento, não substituição, a tratamentos médicos.
E por que se fala tanto em “desinflamar” o corpo? A inflamação é uma resposta natural do sistema imune a lesões, infecções ou toxinas. Quando aguda, é essencial para a cura. Mas se torna um problema quando se instala de forma crônica, silenciosa e persistente — muitas vezes como resultado de má alimentação, estresse, sedentarismo, poluição e até distúrbios metabólicos.
Esse tipo de inflamação crônica está associado a doenças como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e condições intestinais como a síndrome do intestino irritável. E é aí que os alimentos — e também alguns chás — podem atuar de forma preventiva.
Estudos indicam que compostos bioativos presentes em certas plantas — como flavonoides, polifenóis e terpenoides — podem modular a resposta inflamatória do organismo. Ainda que a maioria das evidências seja observacional ou laboratorial, algumas infusões já demonstraram benefícios clínicos discretos, especialmente quando consumidas regularmente.
Confira abaixo alguns tipos de chás e suas propriedades:
Camomila (Matricaria recutita)
Famosa por seu efeito calmante, a camomila também tem ação anti-inflamatória leve. Compostos como camazuleno e bisabolol inibem mediadores inflamatórios no corpo. É útil para aliviar dores leves, cólicas, tensão muscular e até pequenas inflamações de pele, quando usada topicamente.
Chá verde (Camellia sinensis)
Rico em catequinas, o chá verde ajuda a reduzir inflamações sistêmicas e tem efeito antioxidante. Estudo publicado na Science em 2010 mostrou que o consumo diário de chá preto — da mesma planta — reduziu em mais de 50% os níveis de proteína C-reativa (um marcador inflamatório) em pacientes com risco cardiovascular.
Erva-doce (Foeniculum vulgare)
Conhecida por aliviar desconfortos digestivos como gases e cólicas, a erva-doce também apresenta leve efeito anti-inflamatório, graças ao anetol. Seus frutos são os únicos autorizados pela Anvisa para preparo de chá com segurança.
Hortelã (Mentha piperita)
Além de refrescante, tem propriedades antiespasmódicas e auxilia na digestão. Pode aliviar cólicas e distensão abdominal, com leve efeito anti-inflamatório local.
Mas, atenção! Nem tudo que é natural é seguro. Apesar dos benefícios, nem toda planta pode ser usada livremente em infusões. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regula quais espécies são autorizadas para o preparo de chás no Brasil — como camomila e hortelã. Já rizomas como gengibre e cúrcuma, por exemplo, não são liberados oficialmente para infusão, ainda que sejam populares.
Os chás não são uma cura mágica. Mas como parte de uma rotina saudável — com boa alimentação, sono adequado, atividade física e manejo do estresse —, podem ter papel significativo na promoção do bem-estar e na prevenção de doenças.
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