Pega, estica, puxa, agacha. Movimentos aparentemente simples do dia a dia, que costumam nos trazer autonomia física, ficam naturalmente mais difíceis com o passar dos anos. Se não houver um cuidado maior, aí é que a engrenagem do corpo “emperra” mesmo. E essa capacidade, essa elasticidade, é mais importante do que a gente imagina.
Uma nova pesquisa, realizada no Brasil, indica que a flexibilidade corporal pode estar diretamente associada à longevidade. Publicado recentemente no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, o estudo revela que a capacidade de esticar e movimentar as articulações pode influenciar a expectativa de vida dos indivíduos.
Conduzido pela Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex), no Rio de Janeiro, em colaboração com instituições do Reino Unido, Estados Unidos, Finlândia e Austrália, a investigação científica apontou que indivíduos com baixa flexibilidade tendem a ter uma vida mais curta comparados àqueles com maior amplitude de movimento.
A pesquisa revelou que homens com baixos índices de elasticidade apresentaram um risco 1,87 vezes maior de morte em relação aos que obtiveram melhores resultados no teste. Para as mulheres, a diferença foi ainda mais significativa, com um risco 4,78 vezes maior.
A relação entre flexibilidade e longevidade é complexa. O estudo sugere que a rigidez pode levar a uma menor mobilidade e autonomia, resultando em uma vida mais sedentária e uma maior propensão a quedas e lesões. Este ciclo vicioso pode contribuir para uma redução na expectativa de vida.
O estudo
A investigação, que analisou dados de 3.139 homens e mulheres com idades entre 46 e 65 anos utilizou, usou um método chamado Flexitest, desenvolvido pelo médico brasileiro Claudio Gil Araújo durante seu doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) nos anos 1980.
O teste é feito analisando-se 20 movimentos realizados por sete articulações diferentes, com notas atribuídas de 0 a 4 para cada movimento. A soma dessas notas fornece um índice global.
A flexibilidade é uma das poucas características físicas que começamos a perder desde o nascimento. A nossa máxima condição neste sentido é alcançada em torno dos 2 anos, e sua diminuição é gradual ao longo da vida. A prática de exercícios aeróbicos e de força pode nos ajudar a melhorar este aspecto e, por conseguinte, impactar positivamente na saúde geral.
Estica!
O Centro de Práticas Esportivas da USP sugere que alongamentos antes do exercício físico, bem como práticas como pilates, yoga e calistenia, podem ser benéficos para aqueles interessados em melhorar a flexibilidade. Esses exercícios também contribuem para a saúde física geral.
Mas, antes de se empenhar, atenção a algumas dicas, dadas pelo professor Christian Klausener, da USP: Respeite seu limite, alongue até sentir que o músculo está sendo “esticado “, aliviando, assim, a tensão acumulada. Não exagere, pois, você quer “relaxar” a musculatura e conforme o tempo de execução você vai sentir que pode até, gradativamente, aumentar o alongamento da região trabalhada.
Muito importante também é o bom posicionamento do corpo antes e durante o alongamento. Observe, ao alongar, se o corpo está sempre bem alinhado/simétrico durante a execução. E procure alongar o lado direito da mesma forma que o lado esquerdo. Repita o mesmo exercício pelo menos 3 vezes. Se puder alongar todo dia melhor, mas se não for possível, a recomendação é de 2 a 3 vezes por semana.
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