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Seria o fim do óleo essencial de olíbano? A batalha dos botânicos para salvar a espécie

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As árvores que produzem a resina de olíbano se juntaram à lista vermelha internacional de espécies ameaçadas de extinção. A planta que atravessou milênios e hoje é adorada na aromaterapia por suas propriedades antidepressivas e curativas pode ter sua população reduzida em 90% nas próximas décadas, segundo pesquisas.

Uma delas, publicada pela revista científica Nature, afirma que a árvore está morrendo rapidamente, e a produção de olíbano vai cair pela metade nos próximos 20 anos. As informações foram publicadas pela BBC.

A rede britânica cita outro relatório mostrando que a produção já caiu de uma média de 10 kg por árvore para apenas 3,3 kg, e mostra que a população de Boswellia sacra na Reserva Natural Jabal Samhan, em Dhofar, diminuiu 85% nas últimas duas décadas.

Os cientistas apontam a seca, o excesso de pastoreio, ataques de insetos e colheita ilícita por contrabandistas somalis armados como razões para o declínio da resina, o que levou o sultão de Omã a enviar guardas armados para proteger os vales da região nos últimos anos.

No entanto, de acordo com o gerente de projetos da Sociedade Ambiental de Omã, Mohsin Al Amri, a colheita não sustentável é a maior ameaça para a espécie.

“Trabalhadores menos experientes, temporários estão danificando as árvores ao abandonar as técnicas tradicionais de colheita”, afirmou ele á BBC.

Árvores menores e que ainda não amadureceram estão sendo talhadas, enquanto árvores adultas estão sofrendo com a colheita excessiva para atender à crescente demanda. Além disso, menos mudas de Boswellia estão sobrevivendo.

As mudas jovens não sobrevivem, as árvores semeiam com menos frequência e com menor viabilidade. A colheita excessiva é um fator, mas também o são os predadores e o aumento dos incêndios.

Produção mais sustentável é possível, dizem cientistas

Recentemente, os botânicos podem ter descoberto o truque para a colheita sustentável e aumentar o número de árvores. De acordo com um estudo publicado no Journal of Applied Ecology, as árvores são ameaçadas por várias pressões que podem reduzir seu número em 90% nas próximas décadas. 

Em 2012, a esperança foi encontrada em um artigo na revista Annals of Botany. Ao mapear a anatomia da árvore, botânicos da Holanda e da Etiópia descobriram uma nova abordagem para explorar as árvores, que produzirá mais resina com menos danos à árvore. 

Motuma Tolera, um autor do estudo, explica: “Tocar na árvore cria feridas no caule que consomem recursos para serem curadas, e mais feridas criam mais oportunidades para os insetos atacarem a árvore. Não é uma surpresa que algumas árvores morram”. 

Quando ele e seus colegas descobriram uma intrincada rede de canais na casca interna, eles viram “uma opção para reduzir o número de cortes e reduzir os danos às árvores”.

Tolera diz: “Nossos resultados sugerem que o vazamento pode se tornar mais eficiente. Um corte mais profundo, no início do ciclo de vazamento, pode drenar a resina com mais eficácia. Isso abre novos caminhos para um sistema de produção de olíbano mais sustentável.”

Enquanto os botânicos estudam a árvore na África, os horticultores nos Estados Unidos podem começar sua própria pesquisa de olíbano. Um artigo do New York Times traça o perfil de um cultivador de Boswellia baseado no Arizona que conseguiu cultivar todas as 19 espécies do gênero.

Óleo de olíbano ajuda a relaxar e a conectar com o sagrado

O óleo essencial de olíbano faz sucesso na humanidade há pelo menos 6.000 anos. Na Antiguidade era usado como perfume e em rituais sagrados. Há 2021 anos, magos bíblicos levavam presentes de olíbano, mirra e ouro para um presépio mais que especial de Belém, era o que havia de mais precioso na época.

Antes disso, os babilônicos e assírios queimavam o olíbano em cerimônias religiosas, e os antigos egípcios usavam a resina do olíbano para tudo, desde perfumes até pomadas para acalmar a pele.

Quando inalado ou difundido, o óleo essencial de olíbano promove sentimentos de paz, relaxamento, satisfação e bem-estar em geral. Tem aroma amadeirado, picante, terroso.

Extraído da casca da Boswellia sacra, árvore de seiva branca e espessa, o olíbano também é conhecido como “franquinsense”, ou “incenso puro”. Foi feito dele o incenso que os “três reis magos” levaram ao menino Jesus, junto com ouro e mirra, 2021 anos atrás, de acordo com a crença cristã. Eram os maiores presentes para a época.

Entre suas várias características, estão suas propriedades curativas da pele e sua associação milenar com momentos sagrados, sendo muito utilizado em rituais religiosos. Também é muito usado para fins estéticos e na fabricação de cosméticos especiais. Isso porque o olíbano ajuda na manutenção do aspecto jovem da pele, sendo ainda um ótimo cicatrizante. Também favorece a saúde e a aparência do cabelo, além de ser anti-inflamatório. (Com BBC e Garden Design)

Veja mais informações sobre o óleo de olíbano.

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