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Novo livro ajuda a entender o que a ciência já sabe sobre a conexão cérebro e intestino

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Intestino e cérebro
Crédito: Gerada por IA

A conexão entre intestino e cérebro vem sendo cada vez mais estudada pela comunidade científica e essa comunicação já é reconhecida como um sistema fisiológico fundamental para a regulação homeostática – processo pelo qual o organismo mantém constantes as condições internas necessárias para a vida – do corpo humano, de acordo com reportagem do Jornal da USP.

Chamado também de eixo intestino-cérebro, é composto de três centros principais: conectoma cerebral, conectoma intestinal e microbioma intestinal, além de amplas e múltiplas redes de comunicação entre eles. Imunidade, metabolismo, ciclo circadiano e comportamento são modulados pelo eixo intestino-cérebro.

Quando estamos ansiosos ou estressados, sentimos dores abdominais ou diarreia, por exemplo. Ou aquela sensação de “frio” no estômago que temos antes de passarmos por algo importante. Ou, ainda, quando comemos algo que nos faz mal e instintivamente evitamos ingeri-lo novamente.

Pesquisadores de todo o mundo vêm reportando as consequências das alterações nesse sistema, inclusive em transtornos psiquiátricos. Uma rápida passagem pelo Pubmed (uma base de dados de acesso público, criada e mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos) mostra que, em 2023, 1.845 artigos científicos foram feitos tendo como base o eixo intestino-cérebro. Além disso, os estudos abrem perspectivas para novos tratamentos focados nesta conexão.

O livro Eixo Intestino-Cérebro: teorias e aplicações clínicas, lançado recentemente pela Manole Editora, aborda aspectos importantes para o melhor entendimento dessa integração, como o impacto da alimentação e do exercício físico na microbiota e no eixo intestino-cérebro em diferentes momentos da vida, testes laboratoriais, além do uso de prebióticos e probióticos, transplante de microbiota fecal e suplementos, distúrbios gastrointestinais e transtornos neuropsiquiátricos.

De acordo com os autores, a ansiedade e a depressão estão associadas ao aumento de incidência de câncer, de doenças gastrointestinais, não apenas intestino irritável, mas doenças inflamatórias intestinais. E, no caso dos transtornos mentais graves, eles parecem estar associados a um padrão alterado com redução de bactérias benéficas e excesso de bactérias que têm um um potencial inflamatório. No entanto, ressaltam, o microbioma intestinal não é formado só de bactérias: há os vírus, os fungos, as arqueas e essas relações ecológicas são ainda uma fronteira muito inexplorada.

Mas por que o eixo intestino-cérebro tem chamado tanto a atenção de pesquisadores e médicos? Segundo o psiquiatra Marcus Vinícius Zanetti, um dos coordenadores do projeto, com as pesquisas, começa a ficar mais claro por que os transtornos mentais andam de mãos dadas com os distúrbios metabólicos e com o próprio câncer. “Antigamente se falava em distúrbios gastrointestinais funcionais e, atualmente, essas condições foram rebatizadas para interação cérebro-intestino. Observamos que alterações deste eixo (da microbiota intestinal e do intestino-cérebro) vão repercutir na saúde de maneiras diferentes e em diferentes áreas da medicina”, informa ele, que que é coordenador científico do Ambulatório de Depressão Resistente ao Tratamento, Autolesão e Suicidalidade do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP (Pro-DRAS) e docente na Faculdade Sírio Libanês.

Perguntada se o livro pode ser compreendido por leitores não especialistas, Carla Maddei, professora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e uma das coordenadoras do livro, ressalta: “Alguns conceitos na obra podem ser interpretados de uma forma muito simplista por pessoas leigas. As pessoas da área de saúde sabem, pelo menos, alguns conceitos básicos que vão norteá-las melhor”, afirma. 

Zanetti reforça: “Procuramos escrever o livro de uma forma acessível, até porque tem conceitos bioquímicos que mesmo para o profissional de saúde não são fáceis. Temos capítulos profundos em bioquímica realmente muito técnicos, outros que são mais acessíveis, mas eu tenho recebido na minha rede social muitos comentários positivos de pessoas que são pacientes que sofrem com algum distúrbio intestinal, compraram e estão gostando”, diz o profissional.

Além de Taddei e Zanetti, a publicação também teve a coordenação Emeran Anton Mayer, gastroenterologista, neurocientista e professor pesquisador nos Departamentos de Medicina, Fisiologia e Psiquiatria da David Geffen School of Medicine da UCLA, nos Estados Unidos.

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